sexta-feira, 3 de abril de 2015

 http://professordaminhavida.blogspot.com.br/ 

Luís Nassif

"Eu tive três professores inesquecíveis: a dona Nicolina, que foi diretora da minha escola primária e minha primeira professora durante alguns meses. Ela era muito severa comigo porque eu era muito avoado, distraído. Ela chamava a minha atenção, dava uma dura, era um terror para a gente. Eu descobri que ela gostava de mim e fazia aquilo para o meu bem na minha formatura, quando ela fez questão de me dar o diploma e me fez um elogio que quase me fez cair da cadeira. E depois ela acompanhou minha vida de músico adolescente até morrer.

Depois, no ginásio, tive dois professores inesquecíveis. Eu fui um adolescente terrível, minha adolescência foi um horror! Eu tive um professor, o Nazário, nem sei se era grande professor, mas foi um sujeito, um irmão marista que chegou, de repente, para mim e me deu conselhos, muitos conselhos. E eu tive outro professor, de quem nem guardei o nome, em um período — eu tinha 13 anos, 14 anos — em que toda a diretoria do Marista queria me expulsar e estavam aprontando muito feio comigo. Um dia — eu estava no muro, abraçando a coluna da escola — ele chegou para mim, olhou para mim e disse: 'Você tem razão'. Isso eu guardei para o resto da vida."

quarta-feira, 25 de março de 2015




Infelizmente isso é uma realidade bem presente nos dias de hoje,a família tem transferido seus deveres e responsabilidades para escola. 

Conclusões sobre a educação no país

         A educação definitivamente não é prioridade em nosso país e isso não é de hoje. Após pesquisas exaustivas sobre o tema apuramos que desde a época do Brasil Império, os problemas  já existiam. O professor apesar de sempre ganhar pouco, e ser responsabilizado pelos males da educação participavam ativamente do processo de difusão da instrução pública ao longo do Império, por isso foram alvo de muitas críticas e, muitas vezes, responsabilizados pelo estado caótico da educação, mas apesar do baixo salário, na época do Império, pelo menos tinham algum prestígio, o que não acontece nos dias de hoje.Apesar de garantir acesso a instrução primária a todos os súditos do imperador a  falta de recursos para fazer funcionar o item 32, do artigo 179 da Constituição,  foi estabelecida uma lei dando ampla liberdade ao estabelecimento de novas instituições de ensino.Isso nos lembra alguma coisa? Na primeira república não foi diferente, apesar de exigir que o cidadão fosse alfabetizado pra gozar do privilégio de votar, nada foi feito de concreto para melhorar o nível de escolarização do brasileiro.Na constituição de 1934 que garantia o direito da educação a todos , percebemos mais uma vez o engodo, pois não havia estrutura nem investimento suficiente pra que isso acontecesse.Na constituição de 1937 por sua vez lemos:
"Art. 130. O ensino primário é obrigatório e gratuito. A gratuidade, porém, não exclui o dever de solidariedade dos menos para com os mais necessitados; assim, por ocasião da matricula, será exigida aos que não alegarem, ou notoriamente não puderem alegar escassez de recursos, uma contribuição módica e mensal para a caixa escolar". Ou seja mais uma vez percebemos o governo tirando o seu corpo fora e assim passamos pelas constituições de 1961, 1971 e chegamos a moderna constituição de 1988 que abriu espaço para a criação da LDBEN de 1996, que universalizou o ensino fundamental, Tornou a educação infantil o primeiro nível da educação básica, aumentou consideravelmente os recursos para a educação básica através do FUNDEB, um fundo criado especificamente para acabar com as disparidades inclusive com relação aos salários dos professores de todas as regiões brasileiras, e a pesar de todos esses avanços, no balanço geral o que percebemos? Que a educação continua mal das pernas. Os recursos não chegam aonde deveriam chegar, há muitos intermediários e o dinheiro vai ficando pelo caminho, mas mesmo assim temos esperança, não seríamos professoras e futuras pedagogas se em nosso coração a esperança de que tudo vai melhorar, e de que seremos os agentes dessa mudança não existisse. Ansiamos pelo dia em que realmente toda a população terá  o direito ao acesso e a permanência nas escolas, pelo dia em que não mais haverá diferença entre o ensino público e privado, onde nossas crianças da periferia terão direito a uma educação de qualidade e não apenas de quantidade, e registramos aqui essa esperança, esse amor pela educação, porque cremos absolutamente que apenas através da educação as transformações necessárias ao nosso país acontecerão.

MEC bloqueia um terço da verba das federais; universidades atrasam bolsas

Estudantes reclamam de atrasos em bolsas de assistência à permanência; instituições apertam os cintos e fazem dívidas

As aulas de muitas universidades federais ainda não voltaram, mas alunos e professores já sentem os reflexos do corte de verbas anunciado pelo governo federal no início de janeiro. O Ministério da Educação bloqueou um terço do repasse para as federais em janeiro. Bolsas atrasadas, corte de verbas de viagens para congresso e redução nos gastos com luz, água e papel são alguns dos reflexos.
Na Federal de Campina Grande (PB), 1.900 estudantes que recebem benefícios como bolsa de monitoria, de assistência estudantil, auxílio-moradia e auxílio-transporte só receberam no dia 10 de fevereiro os valores referentes a dezembro e ainda aguardam a parte de janeiro.Na Universidade Federal de Alagoas, cerca de 1.300 alunos que recebem bolsas de permanência estudantil tiveram atraso de mais de 15 dias nos pagamentos de janeiro e de fevereiro. "Os atrasos são abusivos. Tem aluno que fica o mês inteiro sem receber, daí usa o cheque-especial e quando recebe a bolsa acaba usando tudo para pagar a dívida", conta Poliana Belo, estudante de Ciência da Computação da Ufal.
Além da redução no repasse de janeiro, a Federal afirma não ter recebido do governo federal toda a verba prevista no ano anterior.
"No ano de 2014, não foi repassado pelo MEC todo o orçamento previsto. Então, estamos utilizado o orçamento de 2015 para cumprimos com os compromissos de 2014, inclusive das bolsas", explicou o vice-reitor da UFCG, Vicemário Simões. Segundo ele, a instituição está com as contas de água e de luz atrasadas.
Na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os recursos disponíveis para viagens e para a verba de cultura foram cortados por conta da redução nos repasses. A área de assistência estudantil da universidade publicou uma moção de repúdio à redução nas verbas.
Em nota, a reitoria da instituição paulista afirma que "não há cortes, mas sim a suspensão do lançamento de novos editais de transporte e projetos de cultura dos alunos até que a LOA [lei orçamentária] seja aprovada. A universidade só falará em corte efetivo se houver cortes na LOA"."Tememos que tais cortes afetem, ainda mais, o cumprimento deste compromisso, haja vista que a PRAE já suspendeu editais de transporte e cultura para o 1º semestre de 2015, priorizando o subsídio aos restaurantes universitários e atendimento dos estudantes com vulnerabilidade socioeconômica através do Programa de Apoio para Estudantes", diz o texto.
A Unifesp está tentando "garantir o menor impacto possível sobre as atividades acadêmicas, embora algum impacto seja inevitável nas atuais condições", aponta o texto.
O mesmo se repete na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). "A reitoria já avisou que temporariamente fará cortes em dinheiro para congressos e cortar um pouco do repasse de todos os setores da universidade", conta Hudson Roger, do Diretório Central de Estudantes. 
Por trás dos atrasos e cortes, está a redução nos repasses feitos pelo Ministério da Educação, que bloqueou um terço da verba de janeiro das federais. A medida foi tomada provisoriamente enquanto a Lei Orçamentária da União não é aprovada pelo Congresso.
Em circular interna enviada aos reitores das federais na última sexta-feira (20) a que o iGteve acesso, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior indica sua preocupação que o corte nos gastos públicos afete o ensino e a pesquisa nas federais e seus reflexos na educação do País.
"A Andifes tem buscado, incansavelmente, junto ao Governo Federal uma solução para amenizar o impacto do desequilíbrio nas contas das universidades. Em todas as oportunidades de diálogo com o Poder Executivo, o conjunto de reitores tem reforçado a importância da missão das universidades federais para o desenvolvimento econômico e social do país e para as políticas educacionais implementadas nos últimos anos pelo governo, e sobretudo para o cumprimento das metas e do cronograma do Plano Nacional de Educação", afirma o texto assinado pelo presidente da associação, Targino de Araújo, reitor da UFSCar.
Reitores cortam diárias e fazem meta de redução de luz, água e papel
A redução na verba das federais acontece após um momento de grande expansão da rede. Em 2002, havia 73 instituições de ensino superior federais, que eram responsáveis por 531.624 alunos matriculados. Em 2013, o número de instituições chegou a 106 e o total de alunos alcançou o número de 1.137.851.
Em alguns casos, a evolução das verbas das federais não foi o bastante para pagar o aumento de contas. Sem receber repasses extraordinários do MEC, a Universidade de Brasília fechou 2014 com um rombo de R$ 60 milhões em seu orçamento
Diante da redução de repasse, os reitores das instituições de ensino superior tentam cortar gastos mantendo necessidades essenciais. O reitor da Ufal, por exemplo, diz que pediu à comunidade que gastos com diárias e eventos sejam cortados e seja reduzido o consumo de energia dos campi. Em nota, o reitor afirma que manterá as obras nos três campi para oferecer uma estrutura melhor para os alunos. Entre elas a construção do prédio para o curso de medicina, em Arapiraca.
No Instituto Federal do Sul de Minas, a ordem é reduzir o consumo de papel, água e energia em 30%. Além disso, houve uma queda sensível nos investimentos da unidade.
“Reduziram o orçamento da educação num momento em que as universidades terminaram o ano já com problemas e iniciam 2015 não dando conta de pagar empresas terceirizadas, inclusive atrasando bolsas estudantis”, destaca Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN (sindicatos de professores das federias). “Os cortes começam a prejudicar academicamente as universidades.”
Sem aprovação do Orçamento, MEC repassa sobras de 2014
De acordo com o Ministério da Educação, as universidades federais receberam em 2014 o total de R$ 8,6 bilhões em custeio e investimento. O MEC afirmou que está fazendo o levantamento por instituição de verbas que possam não ter sido executadas para que seja feito o repasse. O orçamento previsto para 2015 na lei orçamentária é de R$ 9,5 bilhões.
Em relação às bolsas, o ministério afirma que o bloqueio de repasse não afeta a verba de bolsas de estudo. 

domingo, 22 de março de 2015

Greve de professores em São Paulo revela descaso do Governo.


Por Sérgio Lima Saraiva
Neste momento os professores paulistas estão em greve.
Entenda, os professores da rede pública de ensino, os professores dos pobres.
Achei importante avisar, pois há uma semana com essa greve e é como se ela não existisse para os meios de comunicação. A exceção foi a Folha que trouxe um editorial colocando que o problema da educação paulista são os professores. Irresponsáveis e relapsos tais professores. Até aqui nenhuma novidade, típica e alinhada visão de um jornal conservador a um governo igualmente conservador.Os pobres são responsáveis pela pobreza, os doentes pela doença, os desvalidos pela própria existência. No mais é silêncio.

Os professores são os mais novos integrantes da classe dos não-pessoas, existem, mas não são notados.
Neste instante o governador, via decreto, está implementando a "mais-valia" nas relações entre o estado e os professores não concursados.
Alguns desses professores (professoras na sua maioria) estão a mais de 20 anos prestando serviços em caráter temporário. Perceba, o contra-senso da frase acima. Nesse tempo, nada ou quase nada foi investido no seu desenvolvimento profissional.
Pois bem, agora correm o risco de serem descartados como laranjas chupadas para serem substituídas por sangue fresco.
Sangue esse que será sugado até o momento de novo descarte.
A isso chama-se exploração. A isso o governo  está chamando de melhoria no ensino.
Há nitidamente uma visão utilitarista da educação, típica de economistas quando administram a área. Nessa visão, a meta da educação é treinar para o mercado de trabalho.As avaliações iniciadas no período Paulo Renato (um economista) se inserem nessa linha de educação-função de mercado. A linha tradicional do que já foi um bom sistema de educação pública (do Estado de São Paulo) era muito mais ampla, a educação vista como preparação não só para o mercado de trabalho mas também para a cidadania, a educação vista como a tarefa mais alta do Estado.
No rastro dessa visão economicista destruiu-se um sistema bastante bom, bem lembrado por aqueles hoje com 60 anos que cursaram bons cursos primários e excelentes Ginásios do Estado, melhores que a maioria das escolas privadas da época. Esse nível de excelência era assegurado por disciplina, prestígio dado aos professores, boa gestão do sistema. Os salários eram melhores do que hoje mas nunca foram excepcionais. Os Estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, que mantiveram uma estrutura mais tradicional, gerida por educadores, conseguiram níveis muito melhores do que SP no ultimo ENEM.
Realmente, a sucessão de maus administradores na educação paulista parece ter sido a causa principal do que hoje se vê.
fonte: blog do Nassif

sábado, 21 de março de 2015

LIXO NA RUA INCOMODA MAIS DO QUE CRIANÇA FORA DA ESCOLA

Garis aceitam proposta do MPT e greve pode acabar nesta sexta-feira

Comissão aceitou proposta de aumento de 8 % no salário da categoria, e de R$ 20 para R$ 23 no vale alimentação

FELIPE CARVALHO E LEANDRO RESENDE
Rio - Um possível desfecho para greve dos garis pode acontecer na tarde desta sexta-feira: a comissão de negociação dos trabalhadores aceitou proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta manhã e aguarda decisão da prefeitura para encerrar a paralisação. Os trabalhadores já estão há uma semana de braços cruzados.

O órgão propôs aumento de 8 % no salário da categoria, aumento de R$ 20 para R$ 23 no vale alimentação. Além disso, a proposta do MPT não prevê desconto pelos dias não trabalhados e há a promessa de "não perseguição" aos grevistas.
Garis fizeram passeata em frente ao TRT, na tarde desta sexta-feira, enquanto categoria decide o fim da greve
Foto:  Felipe Carvalho / Agência O Dia
Os garis estão agora no Tribunal Regional do Trabalho, onde uma reunião entre as partes pode sacramentar o acordo nas próximas horas. "Estamos dispostos a retornar imediatamente ao trabalho se este acordo for fechado. A bola está com o prefeito Eduardo Paes", disse Bruno da Rosa, um dos líderes da greve.
"Se não descontar os dias dos trabalhadores que aderiram à paralisação, vamos dar fim a greve. Tem hora que que tem recuar. Isso não significa que perdemos a batalha", disse o presidente do sindicato dos empregados de empresas de asseio e conservação do município do Rio de Janeiro, Luciano David de Araújo. Segundo ele, 80% dos 13.500 garis aderiram à greve, mas desde sexta-feira 75% deles retornaram aos postos de trabalho, cumprindo determinação da Justiça.
O gari Célio Viana — representante da comissão salarial formada por 15 profissionais da ala dissidente do sindicato — quer garantias de que os garis não serão demitidos. "Nós cedemos, a Comlurb também tem que ceder. Se não tiver o aumento do vale-refeição, vamos fazer uma nova assembleia para decidir se continuaremos em greve", disse.
Ruas cheias de lixo nesta sexta-feira, sétimo dia de greve dos garis
Foto:  Alessandro Buzas / Parceiro / Agência O Dia


Por que os jovens não querem ser professores?

Pesquisa mostra que apenas 2% dos jovens querem ser professores

Falta de qualificação dos novos docentes também preocupa pesquisadores

POR 


SÃO PAULO - A falta de professores qualificados ainda preocupa no Brasil, e a desvalorização da carreira faz com que muitos jovens prefiram outras profissões. Cerca de 600 mil professores que atuam na educação básica — que inclui a educação infantil e os ensinos fundamental e médio — não têm o preparo necessário à função, de acordo com o Ministério da Educação (MEC). E apenas 2% dos jovens querem cursar Pedagogia ou alguma licenciatura, segundo pesquisa da Fundação Carlos Chagas.
Pela legislação atual, os professores da educação básica têm que ter nível superior. Porém, cerca de 600 mil dos quase dois milhões de docentes do país não possuem curso universitário, segundo o MEC. De acordo com o secretário de Ensino Superior do ministério, Luiz Cláudio Costa, cerca de 300 mil estão fazendo licenciaturas ou mestrado para se adequar à exigência.
Na avaliação de especialistas, há carência de professores qualificados em diversas áreas, como nos primeiros anos da educação infantil e nas disciplinas de Física e Química.
— Nas Ciências Biológicas, faltam professores praticamente em todos os setores. As redes procuram cobrir isso usando profissionais que, na sua formação, tangenciam as disciplinas (em que há falta de professores) — diz a pesquisadora Bernadete Gatti, colaboradora da Fundação Carlos Chagas.
Como outros especialistas, Bernadete se preocupa com a queda no número de alunos de licenciatura ou Pedagogia. Segundo o MEC, esse número vem diminuindo na modalidade presencial, por causa da falta de interesse dos jovens. Em 2005, 1,2 milhão de alunos estudava alguma licenciatura, número que, em 2009, passou para 978 mil. No mesmo período, o número de alunos de Pedagogia caiu de 288 mil para 247 mil.
No entanto, houve expansão das graduações à distância, para atender à necessidade de professores que já estão no mercado de trabalho. De 2005 para 2009, o número de estudantes das licenciaturas subiu de 101 mil para 427 mil. Nos cursos de Pedagogia, o número pulou de 27 mil para 265 mil, no mesmo período.
— Nem todos os cursos à distância são ruins. Mas eles não são supervisionados direito, não têm uma proposta clara. Muitos alunos desistem porque não têm com quem discutir — diz a superintendente de pesquisa em Educação da Fundação Carlos Chagas, Elba Siqueira Barretto.
MEC rebate e diz que tem fechado cursos de má qualidade.
A evasão dos cursos de Pedagogia e licenciatura também preocupa educadores.
— Nas universidades privadas, os cursos de licenciatura e a Pedagogia são os que têm as taxas mais elevadas de evasão, de 50 a 55% — afirma Maria Helena Guimarães Castro, ex-presidente do Inep, órgão responsável pelas estatísticas do MEC.

"Quero lutar pela educação", diz estudante
Pesquisa realizada em 2010 pelas fundações Carlos Chagas e Victor Civita mostrou que, dos 1.500 alunos ouvidos, apenas 2% dos jovens do terceiro ano do ensino médio pretendiam cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura.
— A carreira é um horror. Apesar de os planos de carreira terem melhorado, e de existir um piso salarial nacional  eles deixam a desejar. A média salarial está baixa em relação às exigências. Outra coisa que afeta a escolha é a condição das escolas públicas, que são precárias, sem infraestrutura e gestão — diz Bernadete.
Mesmo sabendo desses problemas, o estudante de Pedagogia Cesar Scarpelli, de 24 anos, quer dar aulas para crianças:
— Quero lutar pela educação. Meus pais sempre falam: "não vá trabalhar na rede pública", por causa da ideia de que é uma profissão sofrível. Mas acho que temos que ir para a periferia.
Rivaldo Vieira Xavier Júnior, de 21 anos, estuda licenciatura em Física e sabe bem o que é sofrer com a falta de professores:
— Estudei em escola pública e fiquei sem aulas de Química por quase todo o segundo ano do ensino médio. Tenho interesse em educação devido à realidade da escola onde estudei. Ser professor no Brasil é ato de coragem.
Já a estudante de Pedagogia Maria Alice Bertodini diz que é preciso ser sonhador para abraçar a profissão: